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Vet News 8 de agosto, 2022
Vet News 8 de agosto, 2022
1. Carne bovina: exportação diminui ritmo e cresce 6% em julho
Após crescerem 46% em fevereiro e em média estarem com movimentação acima de 20% no acumulado dos primeiros sete meses do ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior, as exportações totais de carne bovina (somando in natura mais processadas) diminuíram seu ritmo pelo segundo mês seguido. Em julho, elas subiram 6,25%.
No mês passado, foram movimentadas 203.742 toneladas, contra 191.765 toneladas em julho de 2021. As receitas com o produto, que acompanham as altas das commodities no exterior, proporcionaram divisas de US$ 1,231 bilhão em julho deste ano — aumento de 21,8% em comparação ao mesmo período 2021, que foi de US$ 1,010 bilhão.
As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que compilou os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia. No acumulado do ano, a entidade informou que, até julho, as exportações totais de carne bovina atingiram 1.293.071 toneladas frente a 1.071.772 toneladas no ano passado, no mesmo período. Ou seja: elevação de 20,65% no comparativo.
A receita, em 2021, por sua vez, foi de US$ 5,095 bilhões e nos sete primeiros meses de 2022 subiram para US$ 7,471 bilhões, alta de 46,65%, acompanhando os bons preços internacionais.
Os maiores compradores da carne bovina brasileira
A China aparece na primeira colocação na lista de maiores compradores de carne bovina do Brasil, com um aumento de 50,07% nas suas
exportações. Em 2021, elas foram de 493.686 toneladas, com receita de US$ 2,5 bilhões. Na parcial deste ano, as importações do país asiático subiram para 665.014 toneladas e a receita para US$ 4,64 bilhões. Com isso, a participação da China nos embarques totais dos primeiros sete meses do ano subiu de 46,1% em 2021 para 50,7% em 2022.
Na segunda posição entre os importadores, os Estados Unidos aumentaram suas compras em 118,9% até julho: elas passaram de 52.935 toneladas em 2021 para 115.899 toneladas em 2022. A receita subiu 61,9%, de US$ 394 milhões para US$ 638 milhões. Dessa forma, a participação norte-americana nas exportações totais subiu de 4,9% para 9%.
Em terceiro lugar entre os importadores está o Egito que, em 2021, comprou 32.200 toneladas e neste ano já alcançou 78.583 toneladas (+ 144%), com a receita subindo de US$ 119,5 milhões para US$ 301,2 milhões (+ 152%). Na quarta posição aparece Hong Kong, que está diminuindo gradativamente suas importações. Em 2021 elas foram de 136.866 toneladas e em 2022 já caíram para 59.090 toneladas (-56,8%). A receita saiu de US$ 518 milhões para US$ 205,4 milhões (-60,4%). No total, 108 países elevaram suas importações de carne bovina brasileira enquanto que outros 46 diminuíram suas compras.
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2. Novidades CRV
A CRV busca cada vez mais garantir a melhor genética ao pecuarista, por isso, procura sempre por novidades para sua bateria de
reprodutores. Na edição desta semana, o destaque de touros disponibilizados no IFert fica por conta dos reprodutores, RIFLE DA DI GENIO, POTENTE FIV KA e TEMPO COL que você confere a seguir:
RIFLE DA DI GENIO
Touro de linhagem LANDAU e BACKUP, Rifle é indicado para sistemas semi-intensivos. Touro filho de Landau da DI GENIO em vaca Backup com Macuni do Salto, touros consagrados dentro da raça Nelore. Rifle é touro participante do PNAT em 2021. Passará a sua progênie muito desempenho nas fases de desmama, ano e ao sobreano. Além de animais de muito desempenho, suas filhas serão precoces e longevas, ideal para quem busca fazer vacas para reposição de plantel.
POTENTE FIV KA
Touro de linhagem TORIXOREU e BACKUP, Potente é indicado para sistemas semi-intensivos. É fruto do PKGA, sendo filho de REM Dulldog em vaca Horista KA com Backup. Forte influência do Backup. Melhor macho da safra, destacado para ganho de peso na desmama e no sobreano. Esse ganho aliado a alto rendimento e acabamento na carcaça. Excelente opção para quem precisa repor seu plantel, suas filhas serão muito produtivas, longevas e incrementarão também habilidade maternal.
TEMPO COL
Touro de linhagem TORIXOREU E QUARK, Tempo é indicado para sistemas semi-extensivos. Filho de Quickman FIV COL, líder de vendas na CRV, em vaca Sarau da Matinha com Imponente FIV COL. Trás em suas avaliações, um equilíbrio único entre precocidade, fertilidade e maternais, apresentando-se como um grande destaque na CRV.
3. Conteúdo Técnico
Estratégias de inseminação artificial em tempo fixo com ou sem serviço natural de curto prazo e sucesso da prenhez em novilhas de corte
O aumento da lucratividade de uma fazenda de gado de corte está diretamente relacionado ao sucesso da eficiência reprodutiva do rebanho. A eficiência reprodutiva pode ser melhorada com o uso adequado de tecnologias de reprodução assistida. Vários tratamentos de sincronização baseados em progesterona demonstram induzir estro fértil e ovulação em novilhas, permitindo assim o estabelecimento de uma prenhez bem-sucedida. Infelizmente, a maioria das fazendas não pode implementar tecnologias assistidas, como a inseminação artificial em tempo fixo, devido à ausência de instalações adequadas ou pessoal especializado e ao aumento da demanda de manejo, portanto, o desempenho reprodutivo pode ser insuficiente nessas fazendas.
A taxa de prenhez após a sincronização do estro em novilhas de corte é consideravelmente menor e mais imprevisível do que em vacas e, consequentemente, requer um manejo mais intensivo de detecção de estro. A lógica é que as fêmeas de corte que expressam o estro antes da inseminação têm maior sucesso reprodutivo. Os programas de IA em tempo fixo e IA em tempo parcial permitem uma abordagem sistemática para o uso de IA com ou sem a necessidade de detecção de estro. No programa de IA em tempo parcial, a IA está atrasada nas fêmeas que não estão em estro no momento da IATF inicial. Essas novilhas sem estro recebem tempo adicional para expressar o estro e são inseminadas em um tempo fixo 20h depois, com GnRH aplicado apenas às novilhas não detectadas em estro na IATF em um momento posterior.
O experimento de Kasimanickam, Kasimanickam & Kappes (2021) teve como objetivo comparar a resposta do estro e as taxas de prenhez no primeiro serviço e na estação de monta em novilhas de corte Angus que receberam quatro tratamentos de sincronização de estro baseados em progesterona (CIDR, inserção vaginal) para inseminação artificial em tempo fixo (IATF) com ou sem serviço natural de curto prazo (NS). Novilhas (n = 1744) receberam uma pontuação do trato reprodutivo (RTS: 1 = imaturo, acíclico a 5 = maduro, cíclico), escore de condição corporal (ECC: 1 = marga a 9 = obesa) e pontuação de temperamento (0 = calma a 1 = excitável). Dentro do efeito local, as novilhas foram atribuídas a qualquer um dos quatro tratamentos.
- Novilhas em Select-Synch + CIDR (C) + tratamento NS de curto prazo (SSC + NS) (n = 438) receberam 100 μg de GnRH im + CIDR no Dia -7 e remoção de CIDR + 25 mg de PGF2α (im) + adesivos de detecção de estro na manhã do Dia 0 e foram submetidas a NS (proporção touro para novilha, 1:25) da manhã do Dia 2 (48 h da remoção do CIDR) até a noite do Dia 8.
- Novilhas em tratamento CO-Synch + C (COSC) +TAI + NS (n = 433) receberam 100 μg GnRH + CIDR no Dia −7 e remoção do CIDR + 25 mg PGF2α im + adesivos de detecção de estro na manhã do Dia 0 + 100 μg GnRH im + TAI no Dia 2, 60h da remoção do CIDR, e foram submetidas ao serviço natural (touro:novilha, 1:25) da noite do dia 2 imediatamente após a IA até o dia 8.
- Novilhas no tratamento COSC + TAI (n = 443) receberam 100 μg GnRH + CIDR no Dia −7 e remoção do CIDR + 25 mg PGF2α im + adesivos de detecção de estro na manhã do Dia 0 + 100 μg GnRH im + TAI no Dia 2, 60h da remoção do CIDR.
- Novilhas em tratamento SSC + split time AI (STAI) (n = 430) receberam 100 μg GnRH + CIDR no Dia −7 e remoção de CIDR + 25 mg PGF2α im + adesivos de detecção de estro na manhã do Dia 0.
Novilhas em estro foram inseminadas 64h após a administração de PGF2α (25 mg, im) e as novilhas sem estro foram determinadas como em estro 20h depois (às 84h), sendo inseminadas nesse momento, enquanto as novilhas restantes sem estro às 84h receberam GnRH (100 μg) e foram inseminadas concomitantemente. Nos tratamentos SSC + NS e COSC + TAI + NS, os touros foram removidos e reintroduzidos (touro:novilha, 1:40) no dia 22 e mantidos até o dia 63. No tratamento COSC + TAI e SSC + STAI (touro:novilha, 1:40) os touros foram introduzidos no Dia 14 e retidos até o Dia 63. Todas as novilhas, independentemente dos tratamentos, foram observadas para estro três vezes ao dia do Dia 2 ao Dia 8. O diagnóstico de prenhez foi realizado no Dia 93, 30 dias a partir do final da época reprodutiva.
Os resultados mostram que, considerando os efeitos de temperamento, BCS e RTS, o programa influenciou a resposta do estro. Novilhas em tratamentos COSC + IATF + NS
(86,8%), SSC + IDATE (84,9%) e SSC + NS (86,5%) tiveram maior resposta ao estro em comparação com novilhas no tratamento COSC + TAI (75,8%). Contabilizando temperamento, BCS e RTS, os tratamentos influenciaram a taxa de prenhez no primeiro serviço. As novilhas do tratamento COSC + TAI + NS tiveram maior taxa de prenhez no primeiro serviço (60,3%) em comparação com COSC + TAI (54,2%). A taxa de prenhez ao primeiro serviço para novilhas nos tratamentos SSC + STAI (59,3%) e SSC + NS (57,3%) não diferiu dos tratamentos COSC + IATF + NS e COSC + IATF. Considerando temperamento, BCS e RTS, os tratamentos influenciaram a taxa de prenhez da estação de monta. Taxa de prenhez da estação de monta para novilhas em tratamento COSC + IATF + NS (95,4%) e COSC + STAI (94,5%) foram maiores que as novilhas do tratamento COSC + TAI (90,8%), e as novilhas do tratamento SSC + NS (94,1%) não diferiram das novilhas dos demais tratamentos.
Os autores concluíram que a inseminação artificial em tempo fixo CO-Synch à base de progesterona com serviço natural de curto prazo resultou em mais animais prenhes proporcionalmente do que sem regime de tratamento de serviço natural de curto prazo. Além disso, IA de 64/84 h em tempo fracionado ou serviço natural após o regime de tratamento Select-Synch pode ser implementado como alternativa, pois esses tratamentos resultaram em taxa de prenhez semelhante à inseminação artificial em tempo fixo CO-Synch baseada em progesterona com regime de tratamento de serviço natural.
Fonte original: Kasimanickam, R.; Kasimanickam, V.; Kappes, A. 2021. Timed artificial insemination strategies with or without short-term natural service and pregnancy success in beef heifers. Theriogenology, V. 166, May 2021, Pages 97-103. doi: https://doi.org/10.1016/j.theriogenology.2021.02.023
Traduzido e adaptado por: Juliana Varchaki Portes – Zootecnista, Dra. em Melhoramento Animal – Analista Técnica do Departamento de Serviços CRV.
AGENDA:
20/08 a 28/08 – Expogenética
29/08 a 01/09 – Curso IA – CTA Bravo
27/08 a 04/09 - Expointer