1. Se “o olho do dono engorda o boi”, USP quer ajudar com tecnologia da “cerca virtual”

Tem dois tipos de grandes criadores de boi a pasto. Um é o bem estruturado, com pastagens divididas, rotacionadas, e que faz o gado passar no curral várias vezes. O outro ainda nem tanto, geralmente com propriedades muito maiores e com muito mais animais – e para engorda apenas – nos chamados fundões do Centro-Oeste e do Pará. Para este segundo empresário, principalmente, a USP está já colocando em fase de testes a “cerca virtual”, um dispositivo eletrônico que cada boi vai carregar informando sua localização em tempo real e que disparará alertas quando ultrapassar os limites dos obstáculos físicos, o arame.

A perda por fuga ou por roubo (cada vez maior) ficará mais monitorada tecnologicamente para o pecuarista que “acha que tem, mas não sabe o que de fato tem”, como brinca o produtor de Alta Floresta, Carlos Eduardo Dias, da Marca 40. A questão deverá ser o custo para o potencial cliente do sistema que a Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) está desenvolvendo, desde que haja alguma empresa interessada em produzi-lo. “O sinal para a transmissão e comunicação de dados é o de um transceptor de radiofrequência com tecnologia LoRa, a qual permite a cobertura a longa distância de até 15 kms”, explicam os pesquisadores Carlos Alberto Marincek e Ana Carolina de Sousa Silva.

Há uma regra não estabelecida no segmento dos grandes invernistas, principalmente não destacados em gado de elite, e também que não estão no ciclo completo (cria e recria), que estabelece uma média de perdas já 

inserida na tabela de custos. Fazer os peões se deslocarem até o ponto crítico, a cavalo ou moto (cada vez mais hoje), em fazendas de 10 mil hectares para cima, a cada alarme disparado, talvez precisasse da mesma mão de obra utilizada hoje fazendo-os rodarem ao léu atrás dos animais para fazerem a contagem. Como operam com grandes volumes, o prejuízo acaba com a sensação de ter sido absorvido, mesmo nas baixas de preços da @.

Luciomar Machado, de Pontes e Lacerda, bem mais para baixo e a Oeste de onde está a Marca 40, no Mato Grosso, pensa que para ele não serviria. Com cerca de 10 mil cabeças, apartadas em pastos ‘pequenos’, rotacionados, com corredores entre eles e mangas (pequenos currais para recepção e embarque de reses), o produtor diz que consegue dar conta com cinco funcionários. “A média de um funcionário para 2 mil cabeças”, pontua, lembrando ainda outra característica dos animais nessas condições: “são mais mansos”. Quando muito Machado usa apenas drones, mas para observar a qualidade dos pastos e as salgadeiras – pequenos cochos espalhados na propriedade com sal para os bichos.

Como explica Carlos Eduardo Dias, quanto mais organizada é a propriedade pecuária, “fazendo o gado passar várias vezes no curral” – eufemismo para mostrar controle constante com manejo –, tudo em planilhas rotineiras, menos perda o produtor terá. Mesmo assim, alguma coisa perde mesmo ao longo do ciclo. A “cerca virtual” é mais uma engenhoca para gerar receita via prevenção de perdas. Só não tem como evitar os bois virarem presa de predadores, o que é bem comum no Pantanal, no Pará e no Norte do Mato Grosso, como lembra o proprietário da Marca 40, especializada na oferta de reposição de gado Nelore.

Fonte: https://www.moneytimes.com.br/se-o-o-olho-do-dono-engorda-o-boi-usp-quer-ajudar-com-tecnologia-da-cerca-virtual/

 

2. Novidades CRV

A CRV busca cada vez mais garantir a melhor genética ao pecuarista, por isso, procura sempre por novidades para sua bateria de reprodutores. Na edição desta semana, o destaque de touros disponibilizados no IFert fica por conta dos reprodutores, PACTUAL KA,  PARADIGMA TUL e ROCHEDO DA ELGE que você confere a seguir:

 

PACTUAL KA

Touro de linhagem IZ, MN e COL, Pactual é indicado para sistemas semi-extensivos. Pactual KA é filho de REM Atolo em vaca Ganglio KA com Avesso da BELA, portanto opção para fêmeas linhagem REM Torixoreu. Suas avaliações genéticas mostram um touro muito versátil, pois alia ganho de peso com rendimento de carcaça. Para quem busca produção de boas vacas, Pactual KA produzirá vacas longevas e produtivas e de elevada habilidade maternal.

 

PARADIGMA TUL

Touro de linhagem AJ e TUL, Paradigma é indicado para sistemas semi-extensivos. É crioulo do requisitado rebanho da TULIPA AGROPECUÁRIA, filho de USHUAIA TUL em vaca precoce filha de SCHEIDT AJ. Teste de progênie da DeltaGen em 2021, um touro de muito equilibrio com avaliações genéticas muito altas. Alia, como poucos reprodutores, desempenho em ganho de peso, com carcaça, fertilidade e rmat, um pacote completo.

 

ROCHEDO DA ELGE

Touro de linhagem LEMGRUBER, Rochedo é indicado para sistemas semi-extensivos. Fechado em sangue Lemgruber, Rochedo é filho do Atol da ELGE, em vaca Batuta da MN com Leblon OL. Na ATJ Plus em 2020, obteve uma avaliação genética muito equilibrada, indicado para desmama, sobreano e plantel. Altamente recomendado para que trabalha com programas de precoces e super-precoces, dado seu baixo peso ao nascer.

 

3. Conteúdo Técnico

O papel e as ações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na área de melhoramento animal

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA tem a responsabilidade institucional pelo Serviço de Registro Genealógico - SRG dos animais domésticos no Brasil, a qual delega a execução do serviço às Associações de criadores. Conforme a Instrução Normativa nº 21, de 2 de julho de 2014, as espécies consideradas para fins de registro genealógico são: asininas, bovinas, bubalinas, caprinas, chinchilas, equinas, ovinas e suínas.

O registro genealógico de um animal é muito importante no processo de melhoramento genético dos animais, pois o mesmo permite verificar a origem dos indivíduos, bem como os dados de sua genealogia, favorecendo a definição de acasalamentos corretivos e a seleção dos indivíduos.

Assim, cabe ao MAPA as ações regulatórias, fiscalizatórias e de fomento da área. O Decreto nº 8.236, de 5 de maio de 2014, o qual regulamenta a Lei 4.716, de 29 de junho de 1965, disciplina sobre organização, funcionamento e execução do registro genealógico e das provas zootécnicas.

Dentro do escopo de ações do MAPA há o registro das entidades executoras do SRG e das entidades executoras das provas zootécnicas; a aprovação dos regulamentos de SRG e dos projetos de provas zootécnicas; o credenciamento dos superintendentes de registro genealógico e dos responsáveis técnicos das provas zootécnicas; o reconhecimento de raças; e as auditorias nas entidades citadas.

Atualmente, há no Brasil 41 associações registradas no MAPA para a execução do SRG, as quais executam o registro de 133 raças das diversas espécies.

Quanto às provas zootécnicas, ressalta-se que o inciso XIV do Art. 4º do Decreto 8.236/2014 define como prova zootécnica “procedimento indispensável à eficiência do registro genealógico que visa à mensuração e à avaliação de desempenho produtivo ou funcional, fenotípico ou 

genotípico, para aprimorar a genética e o desempenho dos animais domésticos;” e o Art. 21 do mesmo Decreto possibilita o reconhecimento oficial das provas desde que cumpridas as normativas vigentes e encaminhadas para análise e registro no MAPA.

Das provas zootécnicas regulamentadas e atualizadas para bovinos de corte temos os projetos técnicos de melhoramento genético visando a emissão de Certificado Especial de Identificação e Produção – CEIP, conforme Instrução Normativa nº 12, de 02 de fevereiro de 2018. Esta prova prevê a emissão do CEIP para animais com idade máxima de 30 meses, que obtenham classificação genética superior dentro do grupo de animais avaliados (20% a 40% superiores). É necessário ainda que o MAPA trabalhe na atualização das demais provas zootécnicas para animais com aptidão para corte.

Hoje existem 13 entidades registradas para a execução da prova zootécnica de CEIP, sendo 10 projetos aprovados para nelore; 1 para Hereford e Braford; 1 para Angus e Brangus; e 1 para Montana Tropical.

Quanto às provas zootécnicas para animais com aptidão leiteira, elas foram regulamentadas pela Instrução Normativas nº 78, de 26 de novembro de 2018, que estabelece as regras para a execução do serviço de controle leiteiro e avaliação genética ou genética e genômica de animais; sendo que para as espécies bubalina, caprina e ovina, a supramencionada IN possibilita a emissão de Certificado Especial de Identificação e Produção – CEIP aos 30% animais comprovadamente superiores, do total de animais avaliados dos rebanhos inscritos no projeto.

No momento, há 4 entidades registradas no MAPA para a execução das provas zootécnicas leiteiras, sendo 3 programas de melhoramento genético de bovinos, e 1 programa com emissão de CEIP-Leite para bubalinos.

Ainda, para a promoção do melhoramento genético animal, o MAPA realiza a avaliação dos processos de importação de bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos e seus materiais de multiplicação, com vistas a emissão de certificação zootécnica aos indivíduos mais adequados a promover ganhos genéticos às populações animais, conforme determina a Instrução Normativa nº 1, de 28 de novembro de 2014. E dentro do mesmo contexto, o MAPA realiza a avaliação zoogenética, que é um requisito necessário para a inscrição de reprodutores das espécies bovina, bubalina, 

ovina e caprina em centros de coleta e processamento de sêmen – CCPS, conforme previsto na Instrução Normativa nº 13, de 3 de março de 2020.

Portanto, considerando que o registro genealógico e as provas zootécnicas são o alicerce dos programas de melhoramento genético, tendo em vista serem capazes de organizar, controlar e garantir a fidelidade das genealogias e das informações fenotípicas; de promover a preservação das raças e dos padrões raciais, e de auxiliar no controle da endogamia e de doenças genéticas; o MAPA os considera estratégicos para preservar e melhorar o patrimônio genético da pecuária nacional.

 

Palestra ministrada no “XIV Simpósio Brasileiro de Melhoramento Animal” por:

Raquel Pereira Caputo – Zootecnista, Auditora Fiscal Federal Agropecuário - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA

Artigo completo em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1142733/anais

 

AGENDA:

01/08 a 04/08 – Curso IA – CTA Bravo

20/08 a 28/08 – Expogenética

29/08 a 01/09 – Curso IA – CTA Bravo

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