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04/07/2022

Vet News 04 de Julho, 2022

Vet News 04 de Julho, 2022

 

1. Faturamento da exportação de carne bovina alcança 1 bilhão de dólares em Junho/22

Nesta sexta-feira (01), a Secretária Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgou que o faturamento das exportações de carne bovina fresca, refrigerada e congelada ultrapassou 1 bilhão de dólares em junho/22. A média diária do valor negociado ficou em US$ 49,6 milhões e registrou uma valorização de 43,3%, frente ao observado no mês de junho do ano passado, que ficou em US$ 34.619 milhões.

De acordo com o sócio da Radar Investimentos, Gustavo Figueiredo, os dados das exportações registraram um ritmo muito forte em junho, mas que é reflexo da retomada da desvalorização real do dólar. “O câmbio estava na faixa de R$ 4,60 e passou para R$ 5,20 a 5,30, isso é um aumento muito expressivo. Isso significa que o frigorífico tem  um poder de compra de 32 reais/@ a mais, ou seja, 0,50 centavos x 65 dólares arroba (paridade internacional) = 32,50 a mais”, explicou ao Notícias Agrícolas.

Os preços médios em 21 dias úteis de junho deste ano ficaram próximos de US$ 6.825,1 mil por tonelada, na qual teve uma alta de 31,7% frente aos dados divulgados em junho de 2021, em que os preços médios registraram o valor médio de US$ 5.181,3 mil por tonelada.

Para o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, no primeiro semestre deste ano a China teve quase 50% das compras brasileiras em volume e  quase 60% da arrecadação. “O faturamento que tivemos em junho foi de 1 bilhão de dólares, eu diria que mais de 600 milhões vieram do mercado chinês, ou seja, além de comprar muita carne brasileira, pagam um preço médio alto”, comentou. Ainda segundo o analista da Safras & Mercado, isso justifica o comportamento dos frigoríficos na compra de gado, pois acabam  pagando R$ 30 a mais em animais dentro das especificações deles.

O volume exportado de carne bovina em junho foi de 152,6 mil toneladas, isso representa um aumento de 8,77% frente ao mesmo período do ano passado, que atingiu 140,3 mil toneladas. Já no comparativo mensal, o volume embarcado registrou uma queda de 0,33% se comparado ao mês de maio/22 que exportou 153,1 mil toneladas.

A média diária exportada ficou em 7,2 mil toneladas e registrou um avanço de 22,2% frente à média exportada no mês de maio do ano passado, que ficou em 6,68 mil toneladas.

 

2. Novidades CRV

A CRV busca cada vez mais garantir a melhor genética ao pecuarista, por isso, procura sempre por novidades para sua bateria de reprodutores. Na edição desta semana, o destaque de touros disponibilizados no IFert fica por conta dos reprodutores, GUIDE, LEVERAGE e MATUPÁ que você confere a seguir:

GUIDE, acesse em nossa loja online, clique aqui

Touro de linhagem americana, Guide é indicado para sistemas intensivos. Touro muito aguardado e indicado para plantéis de seleção. De fácil parto e ganho de peso rápido até a desmama. É TOP 1% para todas as características de peso, aumentando a eficiência alimentar. Indicado para sistemas que precisam de muito ganho de peso, abate pesado e carcaça de qualidade. Excelente retorno financeiro em todos os Índices avaliados.

LEVERAGE

Touro de linhagem americana, Leverage é indicado para sistemas intensivos. É novidade na bateria de Angus CRV e especialista para retorno financeiro em sistemas de terminação. Com 1 ano pesou 689 kg, 30% acima de seu grupo contemporâneo (Ratio 130). Excelente Retorno Financeiro para sistemas de terminação (TOP 1% $Valor Carne). Ideal para confinamentos (TOP 1% $Conf) e produção de carcaças pesadas (TOP 1% PC). Especialista para sistemas de terminação em confinamento que precisam de ganho de peso e abate pesado.

MATUPÁ

Touro de linhagem americana, Matupá é indicado para sistemas semi-intensivos. Fortíssimo desempenho de ganho de peso, desmamando bezerros pesados e conformação frigorífica. Além de excelentes avaliações para ganho de peso, possui também ótimo AOL e acabamento de carcaça. Possui o selo de qualidade de carne dado pela Associação Brasileira de Angus. Sua progênie possui carcaças pesadas e com marmoreio, ideal para projetos de carnes especiais. Indicado tanto para bezerros pesados na desmama quanto para quem busca desempenho em confinamento.

 

3. Conteúdo Técnico

Vale a pena aproveitar para corte os machos em rebanhos de leite?

Os bezerros machos de origem de rebanho de leite são considerados como um problema na grande maioria das propriedades brasileiras. Normalmente são descartados ou sacrificados após o nascimento. Essa situação se contrasta com a realidade mundial que busca nesses animais uma saída para ampliar a oferta de carne, agregar renda à atividade leiteira e atender exigências legais sobre bem estar animal.

O número de vacas da raça Holandesa e seus cruzamentos é expressivo no Brasil. Segundo o IBGE (2020) foram ordenhadas 16,1 milhões de vacas em 2020. Considerando-se que 50% de suas crias são machos, com taxa de sobrevivência de 90%, estima-se que aproximadamente 7,2 milhões de bezerros de

origem leiteira estariam disponíveis para a produção de carne durante o ano. Assumindo que esses seriam abatidos com 450 kg (15 arrobas), estima-se uma produção anual de 108 milhões de arrobas que seriam agregadas à produção, a partir de um programa de aproveitamento de machos de origem leiteira. Considerando o preço da arroba de R$ 320,00 a R$345,00 (CEPEA – Abril, 2022), dependendo da região, hipoteticamente, o volume anual de capital gerado seria de R$ 34,5 a R$ 37,2 bilhões.

Com o aproveitamento dos bezerros de origem leiteira, a abertura de novas áreas para produção de carne bovina poderia ser diminuída. Como a produtividade média da pecuária de corte no Brasil de 2013 a 2017 foi de 5,57 arrobas por hectare/ano (CNA, 2018), se forem aproveitados todos os machos de origem leiteira teríamos a produção de carne equivalente ao que se produz, aproximadamente, em 30 milhões de hectares.

Além do mais, com o aproveitamento dos machos de origem leiteira, haveria ainda efeito mitigador na emissão de metano, decorrente da menor demanda de vacas de corte para produção de bezerros. Estima-se que para a geração de 7,2 milhões de bezerros, seriam necessárias em torno de 10,8 milhões de vacas de corte.

Assumindo-se que uma vaca produza anualmente de 70 a 100 kg de metano, dependendo da idade, quantidade e qualidade do alimento, raça, manejo, clima, etc, estima-se redução na emissão do gás de efeito estufa (GEE) de 864 mil toneladas por ano.

Os sistemas intensivos de produção de carne, onde se utilizam dietas com alta porcentagem de grãos ou mesmo dietas exclusivas de grãos, a emissão de metano entérico é reduzida, tanto pelo efeito da alimentação, quanto pela redução na idade de abate dos animais. Esses, quando abatidos precocemente, passariam menos tempo emitindo metano para o meio ambiente.

Por exemplo, se trabalhar com a produção do vitelo na idade de 10 meses e abate com 10 arrobas ou mais de carcaça, dependendo do plano nutricional adotado, enquanto que em criação extensiva a pasto, normalmente, levaria pelo menos 20 meses para atingir esse peso. São considerados modelos de produção mais sustentáveis tanto do ponto de vista ambiental, quanto na eficiência alimentar energética e proteica.

Nos Estados Unidos e Canadá, assim como na maioria dos países europeus, praticamente 100% dos machos provenientes de 

rebanhos leiteiros são criados adotando a tecnologia de produção de vitelos para carne. Parte das fêmeas da raça Holandesa são acasaladas com reprodutores da raça Angus ou outros (“Beef on dairy”) e são alimentados com dietas praticamente a base de grãos (90%).

Normalmente utilizam sucedâneos de leite até aos 60 dias, depois um modelo de alimentação denominado V/C:10/90, volumoso (10%), utilizando palhadas ou fenos, dependendo da fase de crescimento e grãos (90%) , para ganhos próximos ou superiores a 1,5 kg/dia, até atingirem 20 a 22 arrobas. 

Como a pecuária leiteira demanda oferta de bezerros ao longo do ano, esse problema seria resolvido, com significativa redução da estacionalidade de produção. Ter oferta frequente de animais precoces com carne de qualidade é o grande gargalo nacional para consolidar mercados externos exigentes.

No entanto, o maior custo de produção de carne via aproveitamento de machos de origem leiteira com base em dietas à base de grãos, apresenta-se como fator limitante para sua expansão e consolidação como tecnologia de aplicação prática e imediata no Brasil. Desta forma, há que se avaliar, além do aspecto ambiental, o aspecto econômico para a produção de carne a partir de machos de rebanhos de leite.

Outro ponto relevante e decisivo para reter os machos leiteiros na propriedade, além da viabilidade econômica, é a aceitação do mercado consumidor nacional. Por isso é imperativo que essas questões sejam esclarecidas para que a técnica possa ser melhor difundida entre os nossos produtores rurais e conscientizar os frigoríficos que o rendimento de carcaça é tão eficiente quanto os machos especializados de corte, com garantia de qualidade da carcaça.

Como opções no aproveitamento dos machos de origem leiteira, com importância na geração de renda, agregação de valor à produção de carne de qualidade e estímulo à mitigação de gases de efeito estufa na pecuária nacional, pode-se considerar os seguintes sistemas:

Confinamento, após um período de alimentação líquida suplementar e abate aos 10 meses com 10 arrobas, como vitelo, carne branca, para atender nichos de mercado próximos aos grandes centros consumidores;

Confinamento, utilizando tecnologia de produção de vitelos para carne por meio de reprodutores de raças europeias (Angus e outros) em vacas da raça Holandesa em parte do rebanho (“Beef on dairy”), obtidos após um 

período próximo a um ano de alimentação a base de grãos (V/C:10/90);

Confinamento, alimentando todos os machos de origem leiteira a base de grãos (V/V:0/100) após os 60 dias de idade, abatendo-os com 10 a 11 meses de idade com 15 arrobas (“Baby Beef”) ou com 20 a 22 arrobas (“Dairy – Beef”) – sistema americano;

Sistema de cruzamento de machos de corte em parte do rebanho, que não sejam fêmeas de reposição, abatendo os machos e as fêmeas, os quais podem ser terminados em pasto ou em confinamento para abate;

Nesse contexto, é importante que se aprofunde estudos em condições brasileiras sobre estratégias de produção e o aproveitamento de machos para corte provenientes de rebanhos leiteiros.

 

Texto dos autores:

Duarte Vilela e Rui da Silva Verneque

Pesquisadores da EMBRAPA Gado de Leite

Artigo completo em: https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao-de-leite/vale-a-pena-aproveitar-para-corte-os-machos-em-rebanhos-de-leite-229934/

 

AGENDA:

01/08 a 04/08 – Curso IA – CTA Bravo

20/08 a 28/08 – Expogenética

29/08 a 01/09 – Curso IA – CTA Bravo

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