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Vet News 30 de Maio, 2022
Vet News 30 de Maio, 2022
- Exportações de genética bovina já cresceram 53% em 2022, aponta Index ASBIA
A Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) divulgou, nesta quarta-feira (25), o novo Index ASBIA 1º Trimestre 2022. A publicação, que conta com dados municipalizados, foi elaborada a partir de mais de 34 mil informações individuais e evidencia a constante dinâmica do setor da genética bovina nacional.
O principal destaque apontado pelo relatório é o crescimento das exportações de doses de sêmen. Nos três primeiros meses deste ano, 229.620 doses foram exportadas – um crescimento de 53% em relação ao mesmo período de 2021. Os números relacionados à prestação de serviço na saída de doses do mercado também são positivos, alcançando um incremento de 8% em relação ao ano passado.
A coleta de sêmen de corte alcançou a marca de 5.487.647 doses, face a 4.242.087 em 2021. O crescimento das coletas também foi registrado no setor leiteiro, com 739.640 doses coletadas, refletindo um avanço de 37%.
O Index ASBIA também revela retrações no setor comercial durante o primeiro trimestre de 2022, com uma variação de -6% nas vendas de corte, -10% nas vendas de leite e e -3,4% no mercado total nacional. Segundo o Presidente da ASBIA, Márcio Nery, os dados estão dentro da margem de expectativas da Associação e refletem os principais desafios do mercado nesse período.
“A análise do Index ASBIA 1º Trimestre 2022 não deve ser feita de forma isolada, mas em um contexto mais amplo. Definitivamente não foi um bom resultado, mas era esperado, por três razões principais: a situação do leite, onde os custos de produção avançaram sobre o lucro do produtor, o crescimento de 50% no corte durante o 1º trimestre de 2021, e a utilização do estoque de sêmen dos botijões por parte dos pecuaristas”, explica.
Ainda de acordo com Nery, a inseminação artificial segue como um dos pilares da produção pecuária nacional. “Podemos dizer que não houve recuo do uso da IA no Brasil, mas tão somente um ajuste de estoque. O melhoramento genético continua na pauta diária de todo pecuarista, mais ainda quando devemos atuar na ponta da redução de custos através da genética correta”, conclui.
Artigo completo em: https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/boi/318107-exportacoes-de-genetica-bovina-ja-cresceram-53-em-2022-aponta-index-asbia.html#.YpSekyjMI2w
2. Conteúdo Técnico
Fertilidade dos touros e o Ifert
A biotecnologia da inseminação artificial compreende etapas desde a coleta de sêmen até a deposição do sêmen no trato reprodutivo da fêmea. Esta técnica possibilita o aumento da eficiência reprodutiva, pois requer um período menor de serviço em relação à inseminação artificial convencional. Porém, mesmo com inúmeras vantagens na utilização da IATF para o crescimento e desenvolvimento da produtividade dos rebanhos de corte e leite, a taxa de prenhez estimada por procedimento ainda é em torno de 40 a 50%.
Características reprodutivas, em geral, apresentam baixa herdabilidade, pois sofrem grande influência de fatores externos. O efeito do touro é uma variável que pode ser avaliada para tal, tanto pela qualidade do sêmen, mas também pelo desempenho do reprodutor à campo, sendo estes resultados observados na prática de grande importância para manutenção e melhoria da fertilidade do rebanho como um todo.
No modelo estatístico utilizado para a análise do IFert, procura-se estabelecer o isolamento dos diferentes fatores envolvidos para a avaliação direta da fertilidade dos touros. Estes efeitos são a categoria e raça das fêmeas, a fazenda, o lote, o ano da IATF e os técnicos/inseminadores que executam a sincronização e a inseminação no rebanho. O conhecimento de todos esses fatores que interferem na eficiência do processo é unificado pelos grupos de fêmeas inseminadas em grupos de contemporâneos, para que seja realizada a comparação dentro de grupos semelhantes. Além da análise estatística, conhecer e mensurar estes efeitos auxilia no sucesso do programa reprodutivo nas fazendas que utilizam a IATF, observando-se pontos práticos onde se pode e deve melhorar para aumentar a eficiência reprodutiva.
Características associadas às fêmeas como a categoria e escore de condição corporal constituem importantes fatores dentro do sucesso da IATF. Quando analisada a categoria de parto (novilha, primípara e multípara), verifica-se que os processos referentes à IATF são semelhantes, porém, os resultados podem variar conforme a categoria, devido às diferentes condições fisiológicas dos animais. Escores de condição corporal moderados estão associados a melhoras na taxa de prenhez e menores incidências de perdas na gestação, sendo que este não deve ser avaliado somente no período próximo à inseminação, mas sim durante todo o processo reprodutivo.
O efeito da fazenda é importante devido às instalações em que os animais são criados e manejados, a gestão da propriedade, a capacitação dos funcionários e à oferta apropriada de alimento aos animais que permitam bom desempenho reprodutivo.
Ainda dentro do fator alimentação, dois pontos importantes são o ano da IATF e o lote onde se encontram os animais. O ano é um fator importante devido às alterações de clima e oferta de forragem que as fêmeas terão acesso, já o lote diz respeito à grupos de animais mais homogêneos, para que não haja ação hierárquica e, consequentemente, privação de alimentação de alguns animais, prejudicando o desenvolvimento e reprodução destes.
Por fim, a mão de obra envolvida no procedimento influi fortemente nos resultados positivos ou não da IATF, todas as etapas do processo (do protocolo à inseminação) devem ser supervisionadas com visão analítica por técnicos especializados. Para tanto, é necessário garantir a capacitação e a segurança dos funcionários para melhor o desempenho e, consequentemente, o sucesso nas taxas de prenhez na IATF.
No esquema abaixo, trazemos os requisitos necessários para avaliações dos touros no IFert. Para que o touro entre na avaliação, é necessário o uso do touro teste + touro amarração dentro de um mesmo grupo de fêmeas. Este grupo, citado anteriormente como grupo de contemporâneos, é unificado pelas informações de fazenda + lote + inseminador/técnico + ano da IATF + categoria da fêmea + raça da fêmea, ou seja, dentro de um mesmo grupo estes efeitos precisam ser os mesmos para todas as fêmeas, isolando estes efeitos para expressar somente a fertilidade do touro na análise.
Tendo-se a definição dos grupos de fêmeas, devemos distribuir as doses que serão utilizadas dentro destes grupos, de forma que ao realizar o diagnóstico de prenhez possamos visualizar:
✓ 1 grupo = pelo menos 60 diagnósticos de prenhez (somando o touro teste + o touro amarração)
✓ 60 diagnósticos de prenhez por touro no total da avaliação (pode ser em mais de um grupo, neste caso)
✓ Mínimo de 10 diagnósticos de prenhez por touro dentro de um mesmo grupo.
Bancos de dados insuficientes que não tenham todas estas informações, são excluídas da análise, por não cumprirem os requisitos mínimos de qualidade dos dados para avaliação dos touros. Portanto, é de extrema importância, realizar o controle correto das informações no manejo da inseminação e diagnóstico de prenhez, para que um maior número de informações referentes à fertilidade dos touros possa ser avaliado e os touros recebam o mérito por seu desempenho à campo.
Juliana Varchaki Portes - Analista técnica de Serviços – CRV, Zootecnista (UFPR), Dra. em melhoramento genético animal (UFRGS).