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Vet News 02 de Maio, 2022
Vet News 02 de Maio, 2022
1.Mapa retira vacinação contra aftosa em mais 6 estados e no DF
O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) anunciou que irá suspender a vacinação contra a febre aftosa em mais seis Estados e no Distrito Federal após a última etapa de vacinação a ser realizada em novembro deste ano. Os estados beneficiados integram o bloco 4 do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa, o PNEFA, e são: Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins e Distrito Federal.
Aproximadamente 113 milhões de bovinos e bubalinos deixarão de ser vacinados, o que corresponde a quase 50% do rebanho total do país.
O anúncio foi feito pelo ministro Marcos Montes e o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, José Guilherme Leal, durante a abertura da 87ª edição da ExpoZebu, em Uberaba (MG), na sexta-feira, dia 29 de abril.
“É uma conquista de todos nós, do Ministério, dos Estados e dos produtores rurais. A certeza de que essa união vai fazer cada vez mais a nossa sanidade ser respeitada no mundo, como já é”, disse o ministro. Antes do anúncio, o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro participaram da abertura da exposição, considerada a maior feira de gado zebu do mundo.
A suspensão faz parte do projeto de ampliação de zonas livres de febre aftosa sem vacinação no país, previstas no PE-PNEFA. Para realizar a transição de status sanitário, os estados e o Distrito Federal atenderam aos critérios definidos no Plano Estratégico, que está alinhado
com as diretrizes do Código Terrestre da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).
“Esses Estados vão terminar a vacinação em novembro, quando irão parar de vacinar, se preparando para mudar o status para livres de febre aftosa sem vacinação”, explicou o secretário José Guilherme Leal.
O PE-PNEFA está fundamentado na avaliação contínua de indicadores que são monitorados regularmente de forma conjunta pelas equipes gestoras do plano estratégico, que reúnem os setores público e privado, em âmbito estadual e nacional. A meta é que o Brasil se torne totalmente livre de febre aftosa sem vacinação até 2026.
Nesse momento, não haverá restrição na movimentação de animais e de produtos entre os estados do Bloco IV, que terão a vacinação suspensa em 2022, e os demais estados que ainda vacinam no país. Isso porque o pleito brasileiro para o reconhecimento internacional das unidades da Federação como zonas livres da doença sem vacinação não será encaminhado para a OIE no próximo ano.
“Isso será possível porque o pleito não será apresentado à Organização Mundial da Saúde Animal no próximo ano, dando tempo para que os demais estados executem as ações necessárias para a suspensão da vacinação e, assim, possamos apresentar o pleito de forma conjunta à OIE”, explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes.
Para o reconhecimento como zonas livres de febre aftosa sem vacinação, a OIE exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados e regiões propostas por, pelo menos, 12 meses.
Atualmente, no Brasil, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e
do Mato Grosso têm a certificação internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação.
Artigo completo em: https://sba1.com/noticias/noticia/19485/Mapa-retira-vacinacao-contra-aftosa-em-mais-6-estados-e-no-DF
2.Conteúdo Técnico TIFOI (Transferência Intrafolicular de Ovócitos Imaturos)
O uso do gameta feminino é muito ineficiente, havendo uma grande perda de material genético materno, pois além das fêmeas terem número limitado de gametas ao nascimento, esses vão se perdendo ao longo da vida do animal.
O advento das técnicas de produção de embriões in vivo por superestimulação ovariana (SOV) e produção de embriões in vitro (PIVE) permitiu a maximização do aproveitamento dos ovócitos, o aumento da velocidade de produção de bezerros e, consequentemente, o aceleramento do processo de melhoramento genético e do ganho genético em carne ou leite.
A SOV apresenta como vantagens a produção de embriões de excelente qualidade e o baixo custo de produção relacionado a infraestrutura necessária. Entretanto, para que a técnica seja eficiente, a utilização do hormônio folículo estimulante (FSH) deve respeitar um intervalo de aproximadamente 40 dias, visto que seu uso altera os padrões da dinâmica folicular, afetando os resultados das superestimulações subsequentes.
Na PIVE, a doadora pode ser submetida a sessões de aspiração folicular guiada por ultrassonografia (OPU) semanalmente, porém, além de a técnica exigir altos investimentos em infraestrutura laboratorial e profissionais capacitados, apenas 30 a 40% dos ovócitos conseguem atingir o estágio de blastocisto.
Além disso, os blastocistos produzidos in vitro diferem daqueles produzidos in vivo em termos de crioresistência, ultraestrutura, microvilosidades, conteúdo lipídico e expressão gênica, bem como a incidência de anormalidades cromossômicas. Consequentemente, os embriões PIV apresentam menor capacidade de desenvolvimento após a transferência de embriões em comparação com embriões bovinos produzidos in vivo. Como alternativa, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia relatou em 2016 uma terceira opção para produção de embriões bovinos, através da Transferência Intrafolicular de Ovócitos Imaturos (TIFOI). Dentre as vantagens desta técnica, destaca-se o fato de que ela dispensa todos os componentes de laboratório, pois utiliza o trato genital feminino para maturação ovocitária, fecundação e para o desenvolvimento embrionário inicial até o momento da recuperação dos embriões, já no estágio de blastocisto. Desta forma, além de imprimir maior qualidade aos embriões produzidos, diminui significativamente os custos finais de produção.
Os ovócitos são obtidos por meio de aspiração folicular orientada por ultrassonografia (OPU), assim como na FIV, mas em vez de serem maturados em laboratório, são injetados em um folículo dominante que esteja próximo da ovulação em uma vaca receptora dos ovócitos (ovuladora), onde ocorrerá a maturação e a consequente ovulação. Após a ovulação, os ovócitos são fecundados por inseminação artificial (IA) e o desenvolvimento embrionário inicial ocorre no próprio trato reprodutivo da fêmea. Sete dias após a injeção, os embriões são recuperados por meio de lavagem uterina e podem ser transferidos para as fêmeas receptoras, que levarão a gestação a termo, ou podem ser criopreservados para uso futuro.
A TIFOI é uma técnica muito promissora, uma vez que mantém todas as vantagens da PIVE, produzindo maior quantidade de embriões sem uso de hormônios superestimulantes e eliminando os fatores que interferem diretamente na qualidade dos embriões produzidos in vitro. Todavia, os resultados obtidos até o presente momento não são satisfatórios para seu uso em escala comercial, pois apenas em torno de 12% de embriões viáveis são recuperados, a partir do número total de ovócitos injetados.
Muitos dos fatores responsáveis pela baixa eficiência ainda não estão esclarecidos. Portanto, para que a TIFOI possa ser utilizada comercialmente, é essencial que se torne mais eficiente, ou seja, que se aumente o número de embriões produzidos e recuperados. Neste sentido, diversos estudos têm sido realizados para aprimorar a técnica e transferi-la ao setor produtivo.
1. Autora: Ana Caroline Chaves Vall Nicolás. Médica Veterinária pelo Instituto Federal do Sul de Minas Gerais, campus Muzambinho. Analista de Marketing Jr na CRV Brasil.