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16/05/2022

Vet News 25 de Abril, 2022

Vet News 25 de Abril, 2022

1. Ferramenta auxilia produtor a planejar plantio de árvores no sistema ILPF

Com o objetivo de auxiliar produtores rurais e técnicos no planejamento de um sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), pesquisadores da Embrapa desenvolveram uma planilha eletrônica que possibilita o cálculo rápido do percentual de ocupação de cada componente do sistema (lavoura, pecuária e floresta) e o quantitativo em termos de área. A planilha está disponível gratuitamente para os produtores e técnicos e pode ser baixada da internet e aberta em softwares editores como MS Excel, Libre Office ou Planilhas Google.

Um ponto interessante é que todas as simulações podem ser salvas na própria planilha para comparações posteriores. O produtor decide as culturas, forrageiras e as espécies florestais, e a ferramenta auxilia no planejamento do sistema. Os resultados obtidos ajudam o usuário na tomada de decisão, com a orientação do melhor desenho do sistema a ser implantado, de forma a otimizar a ocupação da área com a ILPF.

O uso da planilha permite ao produtor ter informações exatas sobre o sistema ILPF, de uma maneira mais rápida e confiável, evitando despesas desnecessárias, frisa o pesquisador Ciro Magalhães, da Embrapa Agrossilvipastoril (MT). “Como a planilha dá o número exato de árvores para o talhão, isso auxilia o produtor no cálculo de insumos necessários para a implantação, como a quantidade de corretivos, fertilizantes e mudas”, explica.

A planilha serve para qualquer tamanho de área, qualquer espécie florestal e também permite que sejam feitos os cálculos modificando a orientação do plantio das árvores no talhão. Isso

 permite uma boa aproximação no caso do plantio em curvas de nível. Na planilha, o produtor pode fazer diversas simulações para otimizar a ocupação da área em função dos seus objetivos.

A preocupação com a implantação correta do sistema ILPF deve visar, além da rentabilidade, a otimização do uso do solo, recursos humanos, máquinas e implementos e a conservação de água e solo. Tonini ressalta a importância de entender o papel da árvore nos sistemas e as suas vantagens. “A introdução do componente florestal pode contribuir para o incremento da renda na propriedade rural, tanto pela comercialização do produto florestal como pelo seu uso interno, uma vez que o produtor não necessitará adquirir esses recursos no mercado”, pondera.

As árvores sequestram carbono e podem reduzir ou anular as emissões provenientes das atividades agropecuárias. Além disso, a presença das árvores influencia na disponibilidade de matéria seca e na qualidade da forragem produzida, sendo que, nos locais mais próximos às árvores, a produção de biomassa forrageira diminui, porém, apresenta melhor qualidade nutricional em função do aumento dos teores de nitrogênio na matéria seca. A deposição das folhas, ramos, flores e frutos produzidos pelas árvores torna-se uma importante fonte de matéria orgânica e de nutrientes para o solo, aumentando a ciclagem de nutrientes.

A presença das árvores proporciona, ainda, menor variação de temperatura e umidade relativa do ar e, consequentemente, um ambiente mais estável. As árvores amenizam a temperatura do ar no verão e previnem a formação de geadas no inverno, sendo benéficas para as forrageiras e animais.

Artigo completo em: https://www.canalrural.com.br/noticias/pecuaria/ferramenta-auxilia-produtor-a-planejar-plantio-de-arvores-no-sistema-lpf/

 

3. Conteúdo Técnico

Produção in vitro de embriões bovinos

À ocasião do nascimento, a fêmea bovina apresenta em seus ovários em torno de 150.000 folículos primordiais. Este número diminui significativamente na puberdade e uma pequena parcela chegará a ovulação durante sua vida reprodutiva, enquanto o restante sofrerá atresia.

O advento da técnica de aspiração folicular (ovum pick-up) associada à produção in vitro de embriões (PIVe) na década de 1980 permitiu a maximização do aproveitamento dos oócitos e o aumento da velocidade de produção de bezerros, consequentemente o aceleramento do processo de melhoramento genético e do ganho genético em carne ou leite. Esta técnica permite o contato dos gametas feminino e masculino fora do organismo da fêmea para a formação de um novo indivíduo.

A PIVe envolve etapas realizadas em laboratório e também os trabalhos realizados a campo, compreendendo as seguintes sequências: avaliação e sincronização das doadoras e receptoras, aspiração folicular, rastreamento e seleção dos oócitos, maturação in vitro (MIV), fertilização in vitro (FIV), cultivo in vitro (CIV), diagnóstico precoce de gestação e sexagem fetal.

A PIVe também pode ser realizada utilizando oócitos provenientes de ovários de abatedouro, que constituem uma fonte barata de gametas para pesquisa. Os oócitos são utilizados para pesquisa dos processos envolvidos na fecundação de gametas e no desenvolvimento embrionário inicial; aprimoramento das técnicas de transferência nuclear, produção de animais transgênicos e injeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI) e aprimoramento do processo de produção in vitro de embriões, sendo realizadas pesquisas voltadas principalmente às condições de maturação oocitária in vitro e ao cultivo embrionário no estágio pré-implantação.

A PIVe é utilizada comercialmente para produzir embriões viáveis a partir de doadoras de alto valor genético e potencial produtivo. Por possibilitar a utilização de doadoras de diversas idades, inclusive animais em gestação e com infertilidade adquirida e não transmissível, com o uso desta tecnologia pode-se obter descendentes praticamente durante toda a vida do animal, maximizando seu potencial reprodutivo.

A técnica possibilita também a utilização de touros diferentes para doadoras individuais e também viabiliza o uso do sêmen sexado. Além disso, os embriões produzidos podem ainda ser criopreservados para uso futuro, sendo as técnicas mais utilizadas atualmente a directtransfer (transferência direta) e a vitrificação de embriões.

O grande sucesso no uso desta tecnologia se dá devido a busca pela multiplicação acelerada e eficiente de animais que expressam características econômicas importantes para a cadeira pecuária. Em 2020, pela primeira vez, mais de 1,5 milhão de embriões bovinos foram registrados, o que representa um aumento de 7,0% em relação a 2019 (1.518.150 vs. 1.419.336; respectivamente). Do total de embriões registrados em 2020, 361.728 (23,8%) foram produzidos in vivo, enquanto 1.156.422 (76,2%) foram produzidos in vitro.

Apesar de ser uma técnica promissora, os embriões produzidos in vitro são de qualidade inferior aos produzidos in vivo, e os embriões criopreservados têm qualidade ainda inferior. Por isso, diversas pesquisas vêm sendo feitas para aumentar sua eficiência. Devido ao alto investimento para utilização desta biotecnologia, as percas devem ser minimizadas e para isso deve-se atentar a todas as etapas do processo de produção, tanto a campo quanto no laboratório, pois cada uma delas pode influenciar nas taxas finais de produção.

Autora: Ana Caroline Chaves Vall Nicolás. Médica Veterinária pelo Instituto Federal do Sul de Minas Gerais, campus Muzambinho. Analista de Marketing Jr na CRV Brasil.