Fique por dentro de todos os nossos super descontos e novidades!
Vet News 18 de Abril, 2022
Vet News 18 de Abril, 2022
1. Produtos biológicos veteri-nários não precisarão mais ser testados em animais
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou a Portaria nº 560, que possibilita dispensar as empresas fabricantes de produtos biológicos de uso veterinário, como as vacinas veterinárias, da realização de testes com o uso de animais para a liberação de lotes comerciais. Com o novo regulamento, o Brasil se iguala a outros países como os Estados Unidos, Europa, Japão e outras grandes economias que também já haviam aderido a essa dispensa por meio de regulamentos próprios.
A medida está alinhada com as mais modernas diretrizes regulatórias mundiais. Além de preservar o bem-estar animal, evitando o sofrimento e sacrifício na realização dos testes, a norma reduz custos e burocracia para empresas e autoridades, e garante um alto padrão de qualidade e segurança de medicamentos veterinários no Brasil.
Os testes em animais impactados pela nova regulamentação brasileira são conhecidos
como teste de inocuidade, em inglês TABST e LABST (Target and Laboratory Animal Batch Safety Tests), e foram desenvolvidos há quase um século. Esses testes utilizam uma grande quantidade de camundongos, cobaias, aves e animais de grande porte.
A dispensa desses testes em animais para controle de qualidade de produtos veterinários se dá pela melhoria do processo de fabricação desses produtos, que percorreu um longo caminho nas últimas décadas, introduzindo controles rígidos sobre os materiais de partida e a implementação de Boas Práticas de Fabricação (BPF), de garantia e controle de qualidade e sistemas de farmacovigilância.
“Esses avanços contribuíram para a criação de um ambiente seguro no qual a dispensa desses testes se tornou uma possibilidade viável e segura. Além disso, possibilitará a harmonização regulatória necessária para desburocratizar o registro de produtos veterinários os quais são de extrema relevância para a saúde animal e para o desenvolvimento do nosso país”, destaca o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes.
Artigo completo em: https://planetacampo.com.br/produtos-biologicos-veterinarios-nao-precisarao-mais-ser-testados-em-animais/
2. Conteúdo Técnico
Efeitos do eCG e FSH em regimes de tratamento de IATF sobre a expressão de estro e taxas de prenhez em vacas Bos indicus primíparas e multíparas
Uma sequência de tratamentos hormonais é utilizada para sincronizar o tempo de surgimento de uma nova onda folicular, controlar a concentração de progesterona (P4) e sincronizar o tempo de ovulação entre as fêmeas, resultando em um regime de tratamento eficaz para a IATF (Baruselli et al., 2004). No entanto, alguns fatores podem interferir na eficácia da IATF na taxa prenhez, como o anestro pós-parto, escore de condição corporal (ECC) menor que o ideal e fêmeas primíparas (Sales et al., 2016). Nesses casos, há supressão na frequência de liberação de pulsos de LH e consequentes reduções no crescimento folicular, bem como menores taxas de ovulação e, consequentemente, menos gestações resultantes por inseminação artificial (P/IA) (Baruselli et al., 2004; Simoes et al., 2018). Como forma de reduzir os efeitos negativos na frequência dos pulsos de LH, é utilizada a gonadotrofina coriônica equina (eCG) para aumentar a taxa de ovulação em fêmeas submetidas à IATF (Baruselli et al., 2004; Sales et al., 2016). Alternativamente, o FSH é outra gonadotrofina utilizada que promove o crescimento folicular (Ginther et al., 1996; Fortune et al., 2001).
Tendo isso em vista, nesse estudo foram avaliados os efeitos do eCG e FSH sobre o crescimento folicular, expressão de estro e prenhez por inseminação artificial (P/IA) como resultado da IATF. No Experimento 1, a resposta ovariana foi avaliada após a imposição de um protocolo de IATF, as vacas foram divididas em 3 grupos no D8, grupo que recebeu eCG, grupo que recebeu FSH e o grupo controle em que não foram tratadas. No Experimento 2, a ocorrência de estro e o percentual de vacas P/IA foi avaliado a partir do tratamento imposto no Experimento 1. No D10 todas as vacas foram inseminadas artificialmente. No Experimento 3, as vacas foram designadas para dois grupos de tratamento (Controle e eCG) no D8 para avaliar o percentual de vacas P/IA e expressão de estro.
No Experimento 1, a dinâmica folicular foi semelhante entre os grupos de tratamento. No Experimento 2, o crescimento folicular foi maior com o tratamento eCG. Houve maior percentual de vacas primíparas P/IA no tratamento com eCG do que as vacas controladas e tratadas com FSH. Houve maior percentual de vacas multíparas tratadas com eCG P/IA do que vacas Controle. Houve interação do tratamento × paridade na P/IA no Experimento 3, no qual o efeito eCG foi mais pronunciado em vacas primíparas. O tratamento com FSH, portanto, não foi tão eficaz quanto o eCG na estimulação do crescimento folicular ou aumento da porcentagem de vacas P/IA. Os efeitos fisiológicos do eCG, no entanto, também foram mais evidentes nas vacas primíparas. Contudo, o tratamento com eCG estimulou os estágios finais de crescimento do folículo dominante e houve maior percentual de prenhez tanto de primíparas quanto de vacas multíparas. Inesperadamente, o tratamento com eCG não induziu um aumento na ocorrência de estro comportamental. A meia-vida mais longa do eCG pode ser uma das razões subjacentes pelas quais esse composto foi mais eficaz do que o FSH ao estimular o crescimento folicular no presente estudo. Assim, o eCG estimula o crescimento do folículo dominante por um período maior, resultando em maior percentual de vacas P/IA. Em vacas que o crescimento folicular (multíparas) foi comprometido em menor grau, o uso de FSH resultou em uma porcentagem de vacas P/IA que era semelhante ao das vacas dos grupos tratados e controle do eCG. Esses resultados indicam que o FSH estimula o crescimento folicular em vacas com deficiência relativamente menor de gonadotrofina. Em conclusão, o FSH não foi eficaz na estimulação dos estágios finais do crescimento do folículo dominante até o ponto de ovulação e, portanto, o percentual de vacas P/AI foi menor quando houve uso de FSH, em comparação com o eCG. Além disso, a ocorrência de estro comportamental não foi diferente em decorrência do tratamento com eCG ou FSH. Assim, o FSH não é uma alternativa para o uso de eCG em regimes de IATF para vacas Bos indicus, especialmente em vacas primíparas. No entanto, o uso do eCG em vacas primíparas apresentou resultados satisfatórios em relação a P/IA.
Autores: M.P. Bottino, L.M.S. Simões, L.A.C.L. Silva, R.W. Girotto, L.A. Scandiuzzi Jr., J.P.M. Massoneto, P.S. Baruselli, J.C. Souza, J.N.S. Sales.