Vet News Edição 36

Vet News 21 de Fevereiro, 2022

 

1. Rebanho bovinos de MT cresce 5,2% em 2021 e soma agora 31,788 milhões de cabeças

O rebanho bovino de Mato Grosso cresceu 1,624 milhão de cabeças em 2021, somando agora 32,788 milhões de cabeças, informou em nota o governo estadual. Segundo dados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), o rebanho cresceu 5,2%, de novembro de 2020 a novembro de 2021, e em praticamente todas as regionais do Estado, com exceção de Barra do Garças, onde houve recuo de 0,6%. "Ficaram com crescimento acima da média estadual as Regionais de Cáceres, Alta Floresta, Barra do Bugres, São Felix do Araguaia, Pontes e Lacerda e Juína, sendo esta última com maior incremento (10,4%)", diz a nota da pasta. Conforme o fiscal do Indea João Marcelo Néspoli, uma das explicações para o crescimento do rebanho mato-grossense é a retenção de matrizes para produção de bezerros - tendo em vista os altos preços pagos pelo gado de reposição nos últimos meses. "Nos anos de 2020 e 2021, houve redução expressiva na quantidade de fêmeas abatidas, um montante de 713.757 cabeças, quando se comparam 2019 com 2021", explicou João Marcelo. Outra hipótese é a desaceleração do abate por causa do fechamento de mercado internacional, pois geralmente as situações de insegurança no mercado podem gerar maior retenção. Os abates foram restabelecidos em novembro e dezembro de 2021.

 

2. Novidades CRV

A CRV busca cada vez mais garantir a melhor genética ao pecuarista, por isso, procura sempre por novidades para sua bateria de reprodutores. Na edição desta semana, o destaque de touros disponibilizados no IFert fica por conta dos reprodutores, IMPERADOR, RIO NEGRO, TITANIUM, SAIKAN, CAPITÃO e GENERAL, que você confere a seguir:

IMPERADOR: ABERDEEN ANGUS

Indicado para confinamento e peso elevado ao abate; indicado para sistemas que precisam de muito ganho de peso em todas as fases; produz carcaças pesadas e grande rendimento; Touro com pelo zero (TOP 3% Pelame) e muito adaptação (TOP 8% I. Adaptação); ideal para sistemas intensivos que buscam carcaças pesadas no abate, carcaças pesadas (TOP 2% GNS); indicado para segurar as fêmeas no plantel como matrizes; indicado para sistemas intensivos que precisam de muito ganho de peso, principalmente na fase final de engorda.

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RIO NEGRO: ABERDEEN ANGUS

Touro que recebeu da Associação do Angus o selo de reprodutor melhorador de qualidade de carne; Touro Nº1 no programa de melhoramento Natura em 2020/2021, sendo Deca 1 em 17 características; Touro “curve bender”, isto é, fácil parto e desmama muito pesado (TOP 1% Peso Desmama); indicado para quem busca no abate carcaças pesadas e com qualidade de carne; indicado para sistemas intensivos que buscam muito ganho de peso em todas as etapas, desmama, sobreano e engorda.

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CAPITÃO: HEREFORD MOCHO

Touro de fácil parto, indicado para novilhas; capitão possui frame moderado, mocho e pigmentação firme; Bezerros pesados na desmama ( TOP 10% PD) e Sobreano (TOP 12% PS); transmite extraordinário rendimento de carcaça (TOP 1% AOL); indicado para projetos de qualidade de carne (TOP 0,1% Marmoreio e Acabamento).

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TITANIUM: BRANGUS

Pedigree muito consistente com a campeã nacional e os principais touros americanos; homozigoto preto, excelente racial, indicado para rebanhos puros; ideal para projetos que buscam peso e conformação na desmama (TOP 1% IND DESMAMA); indicado para fazer tricross com peso de carcaça elevado no abate.

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GENERAL: HEREFORD MOCHO

Possui o título de TOP Pampaplus 2020, Índice Final de 4,96 (TOP 0,1%); Touro para fazer machos pesados e com excelente acabamento e marmoreio (TOP 0,1%); transmite rendimento de carcaça superior (TOP 0,5%); indicado para segurar as fêmeas no plantel (TOP 0,1% T. Maternal); indicado para rebanhos que buscam aliar desempenho e qualidade de carcaça.

 

SAIKAN: ABERDEEN ANGUS

Ideal para quem busca bezerros pesados na desmama (TOP 1% PD); Tem excelente ganho de peso no pós desmama, encurtando a recria (TOP 6% GDS); indicado para quem abate animais com carcaças pesadas (TOP 2% GNS); indicado para segurar as fêmeas no plantel como matrizes; indicado para sistemas intensivos que precisam de muito ganho de peso, principalmente na fase final de engorda.

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3. Conteúdo Técnico

Comparação da resposta inflamatória uterina ao sêmen criopreservado de touros de alta e baixa fertilidade. O uso da inseminação artificial (IA) possibilita a utilização do sêmen de um único touro em muitas vacas, possibilitando um rápido progresso genético. Com isso, o uso de um animal com baixa fertilidade pode ocasionar grandes perdas econômicas para os produtores. Para que esse risco seja minimizado precisam ser realizadas análises para atestar a qualidade do sêmen antes da sua comercialização. Ainda assim, há touros que apresentam sêmen aparentemente normal, porém com baixa fertilidade. Há estudos que utilizam técnicas baseadas em citometria de fluxo, que avalia alguns parâmetros que pode explicar a variação da fertilidade do animal.

No procedimento de IA há algumas diferenças com a monta natural (MN), entre elas a quantidade de líquido seminal é reduzida e o local de deposição do sêmen também é diferente, pois na MN o material é depositado no canal vaginal das fêmeas, e na IA é depositado do corpo uterino, auxiliando a migração dos espermatozoides (SPTZ). O sêmen (líquido seminal e espermatozoide) induz uma resposta imune no útero das fêmeas, os autores sugerem que essa reação promove a eliminação fagocitária dos espermatozoides e a remodelação de tecido uterino, de forma a se preparar para o desenvolvimento do embrião, porém essa reação até o presente momento ainda não está totalmente esclarecida.

Estudos recentes mostraram que o sêmen criopreservado induz a expressão de genes pró-inflamatórios, porém ainda não é claro se a ação das células imunológicas que atuam contra essa inflamação é benéfica ou prejudicial para a prenhez. As diferentes respostas podem ter ações diferentes no desenvolvimento embrionário. Dessa forma o objetivo deste experimento foi avaliar sêmen de alta e baixa fertilidade e as diferentes respostas inumem, e explicar a relação com a variação na taxa de prenhez.
Após a realização dos testes foi constatado que a expressão dos genes responsáveis pela resposta inflamatória apresentou aumento em resposta ao sêmen criopreservado tanto para a alta, quanto para a baixa fertilidade, em comparação com o sêmen fresco. A concentração da proteína IL-8, uma das proteínas da via de inflamação, foi elevada em ambos os grupos experimentais, mas sem diferença entre elas.

Já sabemos que os espermatozoides são fagocitados por neutrófilos, e nesse trabalho foi observado que em animais de menor fertilidade, o número de espermatozoides fagocitados por neutrófilos foi maior comparado ao de alta fertilidade. Existem vários fatores envolvidos na ligação dos neutrófilos com os espermatozoides, como, por exemplo, o diluente no processo de criopreservação. A expressão genética não apresentou variação entre as fertilidades.

Esse estudo mostrou que o sêmen criopreservado é imunogênico, ou seja, provoca resposta imunológica, mas as consequências disso ainda precisam ser elucidadas, visto que não foram encontradas diferenças na resposta imunológica comparando sêmen de animais de alta e baixa fertilidade.

Autores: E.M. Donnellan, M.B. O'Brien, K.G. Meade, S. Fair.

Título: Comparison of the uterine inflammatory response to frozen-thawed sperm from high and low fertility bulls.