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Beef News 05 de Julho, 2022
Beef News 05 de Julho, 2022
1. Como implementar IATF em sua fazenda - Conheça os pontos-chave
Por: Juliana Corrêa Borges Silva (EMBRAPA Pantanal), Márcio Ribeiro Silva (Melhore Animal Consultoria Ltda.), Ériklis Nogueira (EMBRAPA Pantanal), Alessandra Corallo Nicacio (EMBRAPA Gado de Corte), Urbano Gomes Pinto de Abreu (EMBRAPA Pantanal)
A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) é uma importante ferramenta, que, se bem utilizada, pode, além de incrementar a eficiência reprodutiva (aumento de nascimentos), viabilizar o melhoramento genético de forma rápida (nascimento dos melhores indivíduos). No entanto, esse benefício, às vezes, pode ter um custo alto e não trazer o retorno esperado, se houver falhas no planejamento e/ou execução, podendo levar tudo a perder. Por isso, ter o conhecimento dos pontos-chaves dessa tecnologia é muito importante para se obter os resultados almejados. Apresentamos, a seguir, seis itens fundamentais para o sucesso da IATF.
1. Escore de condição corporal
A condição corporal da fêmea influencia diretamente o resultado da técnica de IATF. Assim, quanto mais magras as vacas, pior será a taxa de prenhez. Dessa forma não haverá bons resultados, se as matrizes estiverem em condição corporal ruim. Ressalte-se que o escore 3 é o limite mínimo para o animal entrar em protocolo de IATF.
A vaca parida, pela própria fisiologia de demanda da produção de leite, tende a diminuir a condição de escore corporal. Nesse caso, uma das grandes vantagens da IATF é fazer o retorno
da ciclicidade nessas fêmeas em anestro. Por isso, existe um padrão ideal entre os escores 3 e 5, em que o escore 6 classifica um animal com excesso de gordura e não ideal para a reprodução. O ideal é utilizar vaca parida com no mínimo 30‒35 dias e no máximo 45‒50 dias (dependendo do escore). E quanto mais tempo ela demorar para entrar no protocolo de IATF, pior ela ficará de escore, por causa do balanço energético negativo (BEN).
É importante lembrar que as vacas paridas devem ter no mínimo 30‒35 dias de pós-parição para poderem entrar no programa de IATF. Por isso, para a implantação da IATF, deve-se ter o controle individual de cada animal, ou seja: é necessário numerá-las e identificá-las.
A identificação dos animais é um bônus que a IATF agrega ao rebanho, pois disponibiliza os índices zootécnicos das fêmeas (taxa de prenhez, perda gestacional, taxa de natalidade, taxa de desmama, etc.), além de separá-las em categorias (novilhas, primíparas e multíparas), paridas ou solteiras. Consequentemente, possibilita identificar os animais mais produtivos, o que poderá auxiliar no processo de seleção.
Existem várias formas de identificar os animais (brincos, bolus, chips, marcação a ferro), e o critério de escolha pelo produtor deve ser a praticidade e a facilidade.
2. Equipe treinada e material adequado
É fundamental que a equipe esteja treinada para utilizar corretamente os hormônios em suas aplicações e o sêmen na sua manipulação durante a inseminação. Na equipe, deve haver o responsável técnico pela escolha do protocolo. O médico veterinário saberá escolher o melhor protocolo hormonal para cada categoria de fêmeas, bem como o manejo mais adequado, dependendo do tamanho da fazenda, tamanho dos lotes, número de mão de obra disponível, etc.
Toda a equipe deve estar ciente da importância do comprometimento com o cumprimento dos protocolos hormonais (dia e horário correto de cada hormônio, dosagem e uso correto de cada seringa e agulha ‒ lembrando que a aplicação dos hormônios é via intramuscular), o manejo com o gado e o cuidado na apartação de bezerros. Assim o papel do inseminador, dos auxiliares e dos técnicos é imprescindível no preparo, dedicação, responsabilidade e competência para a IATF. É indicado realizar o rodízio de inseminadores, com troca a cada 40‒50 animais, a fim de evitar o cansaço deles e erros na inseminação. Lotes de 250 a 350 animais podem resultar em bons índices de prenhez se todos os quesitos forem obedecidos.
3. Infraestrutura
Um grande gargalo na realização da IATF é a falta de infraestrutura adequada: tronco, curral, piquetes, bebedouro e cerca. Caso a propriedade não possua um bom curral com tronco de contenção e piquetes com água, tanto para manutenção das fêmeas durante as passagens no manejo do protocolo, bem como, para depois da inseminação, os índices de prenhez serão certamente afetados de forma negativa.
4. Sêmen, cio e touros de repasse
O chamado “efeito touro” explica por que um determinado touro é um espetáculo de prenhez, enquanto outro não, sendo que ambos podem ter qualidade seminal semelhante.
A qualidade do sêmen e o conhecimento dos índices de prenhez do touro de repasse são fundamentais. Usar sêmen com alta qualidade e com bons índices de prenhez aumenta a eficiência reprodutiva (nascerão mais bezerros), porém é importante também usar touros com bons índices genéticos, assim também ocorrerá aumento de bezerros de melhor qualidade.
Caso não se conheçam os índices de prenhez do sêmen a ser utilizado, ou o sêmen esteja estocado há muito tempo nos botijões, é recomendada a avaliação da sua qualidade, por laboratórios ou por médicos-veterinários capacitados.
Os touros de repasse devem ser avaliados em exame andrológico antes do início da estação de monta. A relação touro: vaca dependerá do tamanho da invernada, se é um pasto limpo ou não. O recomendado é colocar 1 touro para 20 até 40 vacas, de 11 a 15 dias depois da inseminação. Relações mais altas podem ser usadas com
touros em rodízio, ficando 30 dias e trocando por outros após esse período.
Considerar a particularidade de cada propriedade é essencial para obter resultado satisfatório. Mesmo na IATF, é sabido que o cio influencia a taxa de prenhez, e uma forma prática da fazer essa avaliação é o uso de bastões marcadores na região da anca das fêmeas. Essa marcação deve ser realizada no dia da retirada do implante e avaliada no momento da IATF, sem alteração do manejo dos animais.
A Embrapa recomenda a técnica conhecida como IATF + CIO, que classifica os animais em escore de remoção de tinta (Escores de 1 a 3) para identificação dos cios das fêmeas submetidas à IATF. Assim, as fêmeas que apresentem cio mais pronunciado (escore 3 de remoção de tinta) podem ser inseminadas com sêmen de touros mais caros, ou até mesmo sêmen sexado, com resultados melhores. Já animais com cio mais fraco (escore 2 de remoção de tinta), ou sem cio (escore 1 de remoção de tinta), podem ser submetidos a tratamentos adicionais para melhorar a prenhez, como a aplicação de GnRH (Hormônio liberador de gonadotrofina) no momento da IATF, por exemplo. Vale ressaltar haver um aumento significativo com o uso desse hormônio nos escores 1 e 2 de remoção de tinta, porém os resultados de prenhez dificilmente alcançarão aqueles das fêmeas com cio forte.
É importante planejar, implantar, acompanhar e avaliar os resultados do programa de IATF, para nortear a tomada de decisão e obter aumento da eficiência reprodutiva.
5. Planejamento
a) Decidir pela implantação da IATF
- Apartar as fêmeas, retirando as prenhas do programa de IATF e formar os lotes. Vacas paridas devem ter pelo menos 30‒35 dias de pós-parição para entrar no lote.
- Realizar a IATF durante o período da estação de monta, podendo ser uma IATF e repasse com touros ou ressincronização até final da estação (Analisar cada caso!)
b) Comprar todos os insumos na quantidade em que serão utilizados.
- Hormônios, incluindo implantes, seringas, agulhas, luva de procedimento, luva de palpação, bainhas, aplicadores, pinça, cortador de palheta, descongelador de sêmen, botijão de sêmen, nitrogênio líquido.
- Fazer um check list. Em propriedades distantes, como no Pantanal, não há como providenciar material de consumo com agilidade, e nem sempre o vizinho pode socorrer.
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c) Compra de sêmen e /ou touros.
- Computar a data de entrega e a quantidade de doses disponíveis do touro de interesse, bem como a entrega e a adaptação dos touros comprados para serem utilizados na estação de monta.
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O técnico deve ter competência para verificar, e, principalmente, agir em tempo hábil, se houver algum problema durante a realização da IATF, para que bons resultados sejam alcançados. Por exemplo: tomada de decisão de alterar protocolo ou partida de sêmen do touro, ou data de início do protocolo pela condição corporal do lote, etc.
6. Passo a passo
- Identificação do animal: número, categoria, escore de condição corporal.
- Inserção do implante: o implante deve ser colocado com devido cuidado e higiene para que não caia e não leve contaminantes para a vagina e útero. Ao ser retirado, deve ser bem lavado para ser guardado adequadamente, se for reutilizado.
- Aplicação de hormônios: cuidado com a dose administrada, local de aplicação e horários de cada hormônio; observar o fabricante, a dosagem e a necessidade ou não de o hormônio ser refrigerado. Atenção com o uso específi co de seringas e agulhas para cada princípio ativo (hormônio). Para hormônios mais viscosos, como o benzoato de estradiol, deve-se usar agulha 40x12 mm (18G - canhão rosa); para hormônios menos viscosos, como prostaglandina, GnRH e eCG (gonadotrofi na coriônica equina), deve-se usar a agulha 40x8 mm (21G - canhão verde). A seringa de insulina deve ser usada para aplicar o cipionato de estradiol (CE), pois o volume utilizado é muito pequeno. É fundamental o uso de luvas de procedimento para a manipulação de hormônios e implantes.
Inseminação: cuidado com o tempo e a temperatura (35 °C) para descongelar a palheta de sêmen. Deve haver a montagem adequada do aplicador, observando se não há refluxo na bainha.
- Realizar a avaliação prévia do sêmen utilizado na estação de monta é altamente recomendável. O inseminador tem que ter conhecimento e prática para obter bons índices.
- Controle da IATF: ter na ficha de anotação de cada fêmea todas as etapas do manejo da IATF, além das informações de identificação, categoria e escore, a dosagem hormonal, quem colocou o implante (horas), hora da retirada do implante, quem inseminou e que horas, touro, partida de sêmen, manifestação de cio e qualquer outra informação são essenciais para o acompanhamento e tomada de decisão em relação aos índices obtidos. Softwares para a gestão de IATF já estão disponíveis no mercado
- para facilitar o controle e a tomada de decisão.
Artigo completo com imagens em:
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1143084/1/Quer-implementar-IATF-na-sua-fazenda-ed-01-2021-publicacao-digital.pdf
2. Parceria CRV e CTA Bravo
Com a tradição e experiência da CRV Brazil em parceria como o CTA Bravo, o curso de IA é oferecido a todos os públicos com o intuito de capacitar o aluno para a realização dessa importante biotecnologia da reprodução que promove relevantes ganhos genéticos, produtivos e financeiros, além de explorar fatores importantes de manejo, gestão e tomada de decisões, fundamentais para a eficiência produtiva. Nossa estrutura permite a prática intensiva da técnica, com mais de 60 animais disponíveis, instrutores certificados e a certeza de uma experiência única!
O conteúdo do curso abrange:
- Vantagens da Inseminação Artificial;
- Anatomia e fisiologia reprodutiva dos bovinos;
- Informações sobre reconhecimento de cio e horário de IA;
- Descongelamento e manipulação do sêmen;
- Aprimoramento da técnica de IA;
- Informações sobre manejo e índices zootécnicos;
- Noções básicas sobre programas de IATF;
Informações importantes:
- O curso possui carga horária de 32h;
- Turma máxima de 14 pessoas para realização do curso;
- Não haverá reembolso da inscrição caso o aluno cancele com menos de 10 dias do início do curso;
- Hotel e jantar por conta do participante;
- Acesse https://ctabravo.com.br/ e confira as informações completas de valores e sugestão de hospedagem.
3. Touros Bateria CRV
A CRV busca cada vez mais garantir a melhor genética ao pecuarista, por isso, procura sempre por novidades para sua bateria de reprodutores. Na edição desta semana, o destaque de touros fica por conta dos reprodutores, RAÍ DA MN, KOCHI KA, SOUTHSIDE e TOP NOTCH que você confere a seguir:
RAÍ DA MN
Touro de linhagem MN, é indicado para sistemas semi-extensivos. Raí da MN tem sido muito utilizado pelo seu pedigree versátil, que permite o acasalamento nas diversas linhagens da raça Nelore. Sem dúvida uma excelente opção para quem precisa melhorar a produção de leite das suas vacas, para desmamar bezerros mais pesados. Recomendado para programas de precocinhas, pelo baixo peso ao nascer. Além disso, incrementará muito acabamento na sua progênie.
KOCHI KA
Touro de linhagem BACKUP, MN e COL, é indicado para sistemas semi-extensivos. Kochi é filho do grande chefe de raça BACKUP, em vaca crioula da KATAYAMA, filha do AVESSO DA BELA com NUR MAHAL COL. Consistência elevada, destaque em todos os Sumários da raça Nelore. Um touro que se destaca pela homogeneidade da sua progênie, produzindo animais precoces. Indicado para produção de animais para o abate, ou mesmo para quem quer produzir fêmeas para reprodução. Touro muito versátil.
SOUTHSIDE
Touro de linhagem americana, é indicado para sistemas intensivos. Destaque para eficiência alimentar, produção de carcaças pesadas com marmoreio e para índices econômicos.
TOP NOTCH
Touro de linhagem americana, é indicado para sistemas intensivos. Top Notch é um dos touros de segurança do nosso portfólio, ganhou mais de 2kg por dia até sua desmama e é indicado para quem busca bezerros pesados e padronizados na desmama. Sua progênie possui rendimento de carcaça superior.
AGENDA:
01/08 a 04/08 – Curso IA – CTA Bravo.
20/08 a 28/08 – Expogenética.
29/08 a 01/09 – Curso IA – CTA Bravo.
27/08 a 04/09 - Expointer.